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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A República de Platão e a Eleição de Trump 
[Politeia, no original grego]


Todo o mundo antenado, com olhos bem abertos nos protagonistas da disputa, pelo 45º lugar na presidência dos Estados Unidos. De um lado o Donald John Trump, o bilionário do Partido Republicano, do outro lado Hillary Clinton, ex-primeira dama do Partido Democrata. 

O presidente eleito em 08 de Novembro de 2016, para governar o Estados Unidos, Donald John Trump, é presbiteriano, está no seu terceiro casamento. E é uma grande personalidade da TV Americana, com o seu reality show, The Apprentice, na NBC.

Com o discurso frenético e raivoso de cunho populista e anti-imigração, Trump caiu nas graças da ala ultra-conservadora do seu partido. Conquistou os estadunidenses, quebrou os bloqueios políticos, passou por cima dos seus adversários políticos, mais qualificados nos debates, e alcançou a vitória.  Isso mostra que nem toda moda é passageira e que o novo jeito de fazer “política” será implantado. 

A circunstância hipotética que foi dada à campanha eleitoral de Trump, causa repulsa. E traz á memória O diálogo entre Sócrates e seus amigos (A Republica de Platão), sobre a natureza dos diferentes sistemas políticos – sobre o modo como esses sistemas mudam ao longo do tempo, e como alguns deles podem acabar se transformando em outros, Sócrates afirma: “É provavelmente a partir da democracia, e de nenhum outro regime, que a tirania se estabelece”. 
Platão diz ainda, que quando uma democracia amadurece plenamente, surge um aspirante a tirano e tira proveito do sistema político. 

Em geral ele provém da elite, mas tem uma natureza em sintonia com a época - entregue a prazeres e caprichos, banqueteando-se da comida e sexo, deleita-se com a ausência de crítica e julgamento que é a religião civil da democracia. Ele age sob seu controle "uma multidão particularmente obediente" e acusa seus congêneres ricos de serem corruptos. Se não for detido a tempo, seu apetite por atacar os ricos em nome do povo crescerá mais e mais.

Ele é um traidor da sua classe - mas logo seus inimigos, membros da elite despojados da legitimidade popular, terão como única saída encontrar maneiras de satisfazer suas exigências, ou então se verão forçados a fugir.

A eleição de Trump, revela a fragilidade do nosso modo de vida em sociedade e ameaça significativamente o crescimento da democracia. Não estamos imune. A democracia é mais frágil do que se imagina. A eleição também é um reflexo do colapso do debate racional, que os fundadores políticos dos país consideravam indispensável para o bom funcionamento de uma república.

Trump lançou a sua campanha afirmando que os imigrantes mexicanos ilegais são, de modo geral, uma população de estupradores e assassinos. O governo do México oficialmente responder aos comentários de Trump, dizendo que eram preconceituosos. 

O que torna Trump particularmente perigoso na história da política americana é a resposta que ele dá a seus inimigos, ameaçando-os com coerção bruta e dominação. esses são ecos assustadores do passado, a história macabra se repetindo. Acaso não foi o que Hitler fez com os judeus? " O tirano é um homem que, sem ter controle sobre si mesmo, tenta governar os outros, um homem inundado de medo, amor e paixão, mas com pouca ou nenhuma capacidade de refrear ou moderar esses sentimentos; um verdadeiro escravo da bajulação". Afirma Platão. 

Eu nem acredito que ele, entenda direito a Constituição, mas enfim...

Nos livros  VIII e IX - República de Platão, nos mostra a decadência da cidade decorrente da concentração do poder e o surgimento da tirania.

Quando Trump questiona as alianças dos EUA com as nações ao redor do mundo, afirmou que elas têm custado muito caro e que são benefícios incertos. Ele disse, por exemplo, que a Arábia Saudita deveria receber menos ajuda financeira dos Estados Unidos. Ele também acredita que devem reduzir os seus compromissos financeiros com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). " A OTAN está nos custando uma fortuna, e sim, estamos protegendo a Europa com a OTAN, mas estamos gastando um monte de dinheiro", afirmou. 

No ultimo livro - República de Platão,dar-se-á uma crítica á poesia como meio educativo. Sócrates dá a entender que a poesia deva ser substituída pela filosofia, pois somente esta pode diferenciar a realidade de fato. Sendo assim, aconselho ao Presidente eleito que leia bastante poesia e migre para o lado filosófico da vida.  

Filosofia para emanar esperança para este acontecimento de tirania e extermínio. E por falar em poesia, como dizia o poeta Renato Russo: "Desde pequeno nós comemos lixo, comercial,industrial. Mas agora chegou nossa vez, vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês". (Geração Coca-Cola /Legião Urbana).

Por fim, os brasileiros tem o costume de importar "Estados Unidos" em tudo, desta vez não será preciso. Aqui no Brasil, já temos o nosso "Trump Brasileiro", conhecido como Sérgio Moro. Ambos, aprenderam a usar a mídia em causa própria. Se Trump é o representante do sem voz na política, Moro é o justiceiro da bandalheira.

Um comentário:

  1. Triste realidade: o ideal humano de democracia corrompido e ameaçado! Parabéns pela brilhante análise. Espero que o mundo desperte, brevemente, deste pesadelo reacionário em que se aprisionou.

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