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segunda-feira, 17 de abril de 2017


Como Estrelas na Terra
[Resenha do Filme Indiano -  2007 - Direção Aamir Khan]


Ishaan é um menino de 9 anos, que tem dislexia. Os colegas riem da sua falta de capacidade. É um menino solitário e tem muita dificuldade para se concentrar nos estudos. É repetente e corre o risco de ser reprovado novamente. A dificuldade de aprendizagem é interpretada como comportamento inadequado, preguiça, etc.

Na verdade, Ishaan não faz nada direito. Não levanta na hora certa, se distrai o tempo todo, sequer sabe amarrar o cadarço. Ele é rebelde, desobediente, enfrenta os meninos na rua, enfrenta seus pais, na escola é frequentemente colocado de castigo, chamado de burro e de desatencioso. Quando seus pais são chamados na escola, as professoras e a diretora do colégio afirmam que o menino não tem condições de frequentar uma escola normal. O pai de Ishaan decide então colocar o filho em um colégio interno, cuja a filosofia escolar é: "disciplinar cavalos selvagens".

A mãe de Ishaan é carinhosa mas, já está esgotada. O pai não sabe mais o que fazer. Agir de forma violenta e ameaçar não traz resultado positivo no comportamento do garoto.

Estar no ambiente escolar é terrível para o menino. Mas,  ao ingressar no colégio interno no meio do ano letivo, Ishaan fica deprimido. Sente falta da sua mãe, de seu irmão mais velho, de sua casa... O que antes já era terrível, agora se torna um pesadelo. Ishaan sofre punições ainda mais severas no colégio interno, além de sentir-se abandonado pela sua família. Depois de muitas situações traumáticas que o disléxico passa, ele conforma-se que é burro e se sente inferior em comparação às outras crianças.

No colégio interno Ishaan vive isolado, é domado. Não brinca mais, não desenha mais, apenas se arrasta pela escola como a criança mais fracassada do mundo. Não fica feliz nem com a visita de seus pais e do seu irmão. Ele é tratado e se sente o pior dos piores.


Mas eis, que tudo vai mudar na rotina deprimida de Ishaan com a chegada de um professor substituto. O professor de artes é engraçado, humano, canta, dança e toca flauta. E é esse professor que vai enxergar em Ishaan o que ninguém havia percebido.

Aamir Khan personagem do professor Nikumbh é ator e diretor do filme. Ele é amoroso, paciente e trabalha todas as dificuldades do menino, valorizando principalmente as suas potencialidades. Ninguém tinha prestado atenção nas potencialidades de Ishaan, sua imaginação fértil, sua criatividade, seu talento... Simplesmente por compara-lo com as demais crianças de sua idade.

Tornar-se melhor a partir da compreensão do outro essa é a grande lição do filme. Também retrata o despreparo das escolas e dos professores acerca do assunto. Valorizar as diversas formas de inteligência nem todos os educadores estão preparados para isto. O filme mostra de forma sensacional o comportamento dos pais que muitas vezes, preferem fechar os olhos a admitir um problema, como se fosse o fim do mundo ter um filho disléxico. 

O filme tem uma longa narrativa musical e alguns videoclipes. O professor, se mostra sempre sensível em relação ao menino, cenas com os olhos cheios de lágrimas para transmitir uma emoção que de fato é verdadeira. O ponto mais alto do filme é - O despertar para essa sensibilidade. Quantos Ishaan temos por aí... Perdidos, deprimidos... Tornar-se melhor a partir da compreensão do outro, fazer a diferença na vida de uma criança, não ser omisso às situações de diferença: Crianças têm capacidades e habilidades únicas, cada uma tem seu ritmo, assim como as estrelas são únicas.

Eu já tinha assistido fragmentos do filme, mas tive a oportunidade de assistir completo e vivenciar a expressiva atuação dos atores, com certeza é um filme excelente, a mensagem de amor é muito forte e nos faz refletir acerca de nossas atitudes. Pra quem leu o livro do Augusto Cury, Pais Brilhantes, Professores Fascinantes - compreendeu melhor o filme. 

"Bons professores são eloquentes - Professores fascinantes conhecem o funcionamento da mente";
"Professores fascinantes contribuem para desenvolver em seus alunos: Capacidade de gerenciar pensamentos, administrar as emoções, ser líder de si mesmo";

Contextualizando com o filme o professor deixa seus alunos livres para gerenciar seus pensamentos e ideias. E assim vai explorar todas as potencialidades de Ishaan. 

"Bons professores educam para uma profissão, professores fascinantes educam para a vida". 

O professor de artes, deu mais cor e brilho para a vida do menino, transformando para sempre a compreensão de mundo daquele garoto indefeso.

"Precisamos de professores incomuns, que compreendam o anfiteatro da mente humana. De professores comuns o mundo está cheio". (Augusto Cury).


Existe artigos na legislação que podem ser usados para amparar as pessoas com dislexia. Ser disléxico nem de longe significa ser doente e/ou anormal. Ser disléxico é ter dificuldade de aprendizagem. Distúrbio de leitura e de escrita que recompensa o portador de dislexia em grandes vantagens como: 

*Pensamento visual mais aguçado. Conseguem estruturar as ideias de maneira visual. Canaliza os pensamentos imaginários para um objetivo específico produzindo grandes obras.

*Viver no  mundo da lua, é a afirmação mais usada para quem tem dislexia. Porém, os disléxicos são muito criativos, conseguem pensar fora dos padrões poque é assim que o cérebro do disléxico funciona. Pensar fora dos padrões não significa falta de inteligência. Estudos realizados mostram que criança com dislexia usam cinco vezes mais a área cerebral do que uma criança "normal". 

*O disléxico é persistente "cabeça dura" toda vez que ele decide encarar uma situação ele demonstra grande determinação.

*Imagina saber que a sua mente funciona igual a mente de muitos gênios do passado e do presente: Leonardo Da Vinci, Albert Einstein, Bill Gates, Pablo Picasso, Thomas Edison... Todos eram disléxicos, é até um privilégio! Todos esses gênios enfrentaram obstáculos e venceram porque "mares tranquilos não fazem bons marinheiros." 

Uma coisa é certa, o mundo precisa mais de pessoas fascinantes que são capazes de transformações.

Ao final do filme, vemos os professores e pais de Ishaan reconhecendo suas limitações, se humanizando.Além disso, mostra o quanto o papel do professor é decisivo na vida do seu aluno. Por fim, o filme nos leva a questionar os procedimentos e posturas no que refere-se como deve ser o aprendizado acerca disso. Finalizo com Paulo Freire: "Ação-reflexão-ação é o movimento entre o pensar para fazer e pensar sobre o fazer".

Assista o filme:





terça-feira, 4 de abril de 2017

A Perpétua Música Clássica
Não pelo que é
mas pelo que foi

O Classicismo na música é caracterizado pela claridade, simetria e equilíbrio, seu período coincidiu com o Iluminismo, que enfatizava a razão e a lógica. O período clássico vai de 1750 a 1820, onde estabeleceu-se muitas normas de composições, apresentações e estilos do gênero. Aqui, a sinfonia despontou como forma musical, e o concerto doi desenvolvido até se tornar um veículo para demonstrações de técnicas instrumentais. As orquestras dispensaram o cravo (barroco) e passaram a ser regidas pelo primeiro-violino.

 Já no período romântico, século XIX início do século XX, uma atenção maior foi dada a música melódica, extensa como elemento expressivo e emotivos, (o romantismo nas outras formas de arte). As formas musicais começaram a se distanciar dos moldes usados na era clássica e surgem peças em formas livres como fantasias e prelúdios. A musica tornou-se mais cromática, com tonalidades mais coloridas e um aumento nas tensões envolvendo as armaduras tonais. Este período foi marcado por Beethoven.

O período moderno se iniciou com a música impressionista de 1910 a 1920, por compositores franceses em fraseado longo e ondulante, e ritmos livres. O modernismo (1905-1985) marcou o período no qual diversos compositores rejeitaram determinados valores do período da prática comum, tais como a tonalidade, a melodia, a instrumentação e a estrutura tradicional. Compositores acadêmicos e músicos desenvolveram extensões da teoria musical. A música clássica do século XX engloba uma ampla variedade de estilos pós-românticos, incluiu os estilos de composições do romântico tardio, expressionista, modernista e pós-modernista, e a música de vanguarda. O termo "música contemporânea" costuma ser utilizado para descrever a música composta no fim do século XX até os dias de hoje.

 Os compositores de música instrumental eram poucos e anônimos na Idade Média, período de expansão do cristianismo na Europa e da criação das primeiras notações musicais, mas durante o Renascimento tornaram-se responsáveis por inventar uma nova forma de música que revolucionou a história musical do Ocidente: a Música de Concerto. Os maiores compositores do que comumente chamamos de música erudita ou clássica começam a surgir no século XV, período em que a música passou a ser vista como uma das mais importantes artes e foi patrocinadas como nunca pelas cortes europeias e instituições religiosas. 

Num período de pouco mais de 200 anos, entre os séculos XVIII e XX, e passando por diversos estilos como barroco, neoclássico, romântico e moderno, surgiram os maiores compositores de todos os tempos.

1- Mozart
2- Chopin
3- Beethoven
4- Tchaikovcky
5- Mendelssohn
6- Schubert
7- Mahler
8- Rossini
9- Wagner
10-Schummann

A lista é bem mais extensa, mas esses são os 10 primeiros que não ficam de fora de nenhuma lista, quando se é pautado os maiores nomes da música clássica.
Se a música por si própria já faz bem aos ouvidos, música de altíssima qualidade, quase 
devolve a audição. Segundo um estudo da Universidade de Stanford, ouvir música clássica ativa áreas do cérebro ligadas à emoção, cognição e autonomia, além de liberar dopamina. Melhora de quase 100% no controle emocional.

Não poderia deixar de compartilhar o episódio do Pica-Pau, momentos Musicais de Chopin.