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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Filosofando...
Santo Agostinho de Hipona

Santo Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles que será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em Platão ou melhor no neoplatonismo. Agostinho pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina.

Santo Agostinho foi um grande retórico, um grande filósofo e um grande Santo da Igreja. Sua obra é vasta e profunda porém, seu pensamento é tão profundo que supera as habilidades do retórico. A filosofia de Santo Agostinho é uma constante busca pela verdade, que culmina na verdade, em Cristo. É um movimento incessante, uma paixão, e, precisamente, a paixão principal: O Amor. "Amor meus, pondus meum", o amor é o peso que dá sentido à minha vida. 

Isto não é irracionalidade como muitos afirmam. Se incita a ter fé para entender, também anima a entender para crer melhor. Nada nos pode fazer duvidar da possibilidade de chegar à verdade. Nada valem os argumentos céticos. Si fallor, sum: Se me engano, é uma prova de que sou, diz, antecipando-se, num contexto muito diferente de René Descartes. E com mais clareza: "Sabes que pensas? Sei. Ergo verum est cogitare te, logo é verdade que pensas". Santo Agostinho analisava a vida levando em consideração a psicologia e o conhecimento da natureza.

Em uma palavra: A concepção de história é, em Santo Agostinho, uma concepção aberta. O seu "providencialismo" não é uma afirmação de "teocracia". Não se pode extrair da filosofia-teologia da história de Santo Agostinho argumentos  para o césaro-papismo ou para qualquer outra confusão do religioso com o político. A importância desta filosofia-teologia da história ressalta mais quando se tem em conta que em toda a história da filosofia será preciso esperar Hegel para encontrar outra concepção igualmente global e completa (embora em Hegel ela tenha um sentido panteísta).

O mestre do pensamento cristão é referência para todos os teólogos posteriores a ele, de modo que é impossível ler o pensamento de outros grandes vultos do pensamento cristão sem enxergar as tonalidades agostinianas nos escritos.
Referência: Kelly, J.N.D. Patrística: Origem e desenvolvimento. SP: Vida Nova, 1994.




Selecionei alguns pensamentos de Santo Agostinho (Subjetivamente) para refletir...


* Fé é acreditar no que você não vê; a recompensa desta fé é ver o que você acredita.

*O amor é a beleza da alma.

*Só o que faz bem ao homem pode fazê-lo feliz.

*Arrogância não é grandeza é inchaço. E o que está inchado nunca está sadio.

*A felicidade está em continuar a desejar  o que se possui.

*O orgulho é a fonte de todas as fraqueza, por que é a fonte de todos os vícios.

*... Conhece melhor a Deus na ignorância.

*Se o homem soubesse as vantagens de ser bom, seria homem de bem por egoísmo.

*A função do mal consiste em salientar mais nitidamente o bem.

*Se queres conhecer uma pessoa, não lhe perguntes o que pensa mas sim o que ela ama.

*Os homens estão sempre dispostos a vasculhar e averiguar sobre vias alheias, mas lhes dá preguiça conhecer-se a si mesmos e corrigir sua própria vida.

Frases fáceis de se entender simples como o próprio Santo Agostinho o foi.

          Flávia Couto Basso.







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