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quinta-feira, 2 de junho de 2016



Graciliano Ramos
Vidas Secas


A geração de prosa (1930) abordou as causas sociais de forma veemente, como uma espécie de denúncia e de crítica social frente à realidade social brasileira, tendo a seca nordestina como pano de fundo. Essa fase retomou a observação que o homem estabelece com o meio em que vive, não sendo mais um produto da raça, do meio e do momento mas sim, um ser humano em conflito consigo mesmo.

O romance 'Vidas Secas'de Graciliano Ramos descreveu com fidelidade e nobreza a indignação diante da miséria que viviam os retirantes nordestinos o que nos remete à ideia de que o homem se animalizou sob condição sub-humanas de sobrevivência. 

Vidas Secas é uma leitura obrigatória. Contém discurso indireto, muitas figuras de linguagem, prosopopéia, enfim... Também foi o romance que popularizou Graciliano Ramos, publicado em 1938, ultrapassou as tendências regionalistas da geração de 1930.

Graciliano descreve cada capítulo como se fossem episódios separados, fragmentados. Não há fim determinado, deixando o caminho livre para a imaginação do leitor. Na obra o tempo está voltado para o psicológico,haja vista que não se estabelecem datas cronológicas. 

As ações dos personagens ocorrem entre uma seca e outra.
O romance também garantiu afinidade com outros preceitos da Semana de Arte Moderna de 1922, que descrevia a realidade do país.
Vidas Secas é sem dúvida um clássico brasileiro que deve ser lido, relido e ruminado.

Fragmentos:

"Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas".

"Mas um dia sairia da toca, andaria com a cabela levantada, seria homem".

Vidas Secas foi lançado na Polônia, Argentina, Rússia, Itália, França, Espanha, Portugal e outros. Em 1962 o romance ganhou o prêmio da Fundação Faulkner dos Estados Unidos.

O romance foi adaptado para o cinema por Nelson Pereira dos Santos em 1963. Em 1964, ganhou o prêmio de melhor filme pelo Office Catholique International du Cinéma.

download livro Vidas Secas. 


Flávia Couto Basso.






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