Pensar e Cuidar da Educação é Dever de Todos.
Uma coisa é fato: A Educação no Brasil não ensina a pensar.
Sim, hoje as crianças vão mais á escola, comparado a algumas décadas atrás, porém, aprendem bem menos, ou quase nada. Eu me lembro bem de muitos professores, lembro-me como se fosse hoje, que auxiliaram-me na alfabetização, depois na fase mais adulta, recordo de que éramos obrigados á aprender a tabuada, conjugação de verbos, capitanias hereditárias e tabela periódica. Se o método era válido ou não, não sei afirmar. Eu sei que todos aprendiam. Cada um tem uma opinião sobre a educação.E acho que todas as opiniões são válidas!
Quando se fala nas teorias de Paulo Freire, em ensinar a pensar criticamente ou a formar cidadãos críticos, os professores decodificam isso, muitas vezes, como ensinar a visão de mundo deles para o aluno. Por exemplo, se um professor é de "x" partido político que defende "x" ideologia, e aplica sua "ideologia" ele não está ensinando o aluno a pensar cientificamente, ele está de certa forma, "doutrinando" essa criança, a pensar ideologicamente o "x" que ele defende. O mesmo acontece com tendências educacionais de movimentos: feministas, LGBT e outros...
Quando ensinamos o aluno a pensar cientificamente, podemos apresentar a ele um leque de ideologias, e o mesmo saberá optar por aquilo que mais lhe identificará. Sem medo de errar, simplesmente porque ela já aprendeu a pensar. Mesmo que com o passar do tempo de acordo com sua maturidade ele vá escolhendo outras tendências, estará apto e seguro para seguir outras vertentes.
O Brasil investe mais em Ensino Superior do que no Ensino Básico, Fundamental e Médio. Daí explica muitos professores que tentam fazer com que os seus alunos "engula goela abaixo" suas ideologias. O nosso PIB per capita, gasta em média 93% por cada aluno no ensino superior, contra 23% com alunos no ensino básico. Daí se explica os 38% de universitários brasileiros que não sabem ler e escrever plenamente. São considerados analfabetos funcionais.
Ensinar o aluno a pensar não faz parte do currículo da Escola sem Partido, para além dos dois polos de manter o ensino como está ou proibir que os professores expressem suas visões, inclusive com sanções eu diria: "Honestamente eu não sei o que é pior". Mas eu sei, que existe uma hierarquia de comando, não é o professor que vai decidir. Ou seja, a educação foi, é e sempre será sucateada pelas mãos, daqueles que por sua vez negociam politicamente e tratam a educação como um simples negócio.
Outro fator são os exemplos como o Rio Grande do Sul, onde o governo banca 1,1 professores aposentados para cada um professor na ativa. O dinheiro destinado à educação se esvai. Em estados como os do Rio de Janeiro e Minas Gerais, gasta-se mais com aposentando e pensionistas do que com educação.
As escolas em geral, optam por uma educação massificada e não pessoal, eliminando as individualidades e características que cada pessoas tem, como ser único. Combater os sistema e transformar os educadores em profissionais - 5,4% dos professores do Ensino Fundamental não deveriam dar aulas por falta de qualificação. Com salários baixos e uma rotina considerada estressante, apenas 2% dos jovens brasileiros querem seguir carreira na área. Daqueles que efetivamente se tornam professores, entre o 6º e 9º ano, cerca de 35,4% dos professores não fez licenciatura ou graduação em pedagogia.
Concordo muito com a teoria do chileno Cláudio Naranjo, quando diz que a educação atual produz zumbis. Ao invés de investir em centros de pesquisas, muitas vezes a escola está voltada somente para as políticas de efeitos, como defender bandeiras. Não é que eu seja contra, mas perde-se muito tempo dando atenção aquilo que não é necessário no momento - Ensinando, por exemplo, uma garota do 6º ano, a ser uma feminista, Uma boa professora, deve doutrinar a sua aluna de 11 anos a ser uma feminista e ponto e assim, consecutivamente. Isso é doutrinação. Se as feministas gritam: "Sou eu quem decido", então não faz jus do seu grito de liberdade quando doutrina uma mulher a ser feminista, deixa que ela mesma decide, se quer entrar para o movimento ou não.
Mário Sérgio Cortella, diz que: "Não é a família que ajuda a escola na formação da criança. É o contrário" A família ainda continua com o pensamento de que é função da escola dar educação ás crianças. Há uma diferença muito grande em Educação X Escolarização. E quando a família se omite não há certeza nenhuma, em que mãos está deixando a educação de seus filhos.
Entrevista com Cláudio Naranjo:
A educação sempre será o assunto de pauta, das prefeituras, do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, do Ministério, do Senado, da porta da escola, do ponto de ônibus, da mesinha do bar...
Isso porque ainda estamos na fase do letramento. Mudou a lógica de educar, os educadores precisam mudar a forma de ensinar, uma educação saudável melhora a sociedade.
Veja, alguns países chineses já tem aula de programação na pré-escola, enquanto no Brasil uma parte dos universitários não sabem ler e escrever plenamente. Onde está o problema da educação?
Deletam as disciplinas de Filosofia e Sociologia mas colocam na grade curricular "aulas sobre feminismo" na Escola José Cândido de Souza, na Zona Oeste de SP, isso já é realidade. Além de aulas sobre feminismo, tem aulas de Surfe e mágica.
Pronto, arme a tenda do circo que os palhaços já têm.
Lembrei-me agora de algumas palavras do Papa Francisco no Congresso Internacional das Escolas em Roma na Sala Paulo VI, no Vaticano, onde alertou para os "vínculos entre os vários agentes que foi quebrado" e, que por isso, a educação tem-se vindo a tornar elitista e seletiva. Os que tem status social ou econômico tem acesso à escola. Quem não o tem não tem acesso à educação. "O Papa Francisco afirmou sentir-se "envergonhado" porque "esta é uma realidade mundial que deixa transparecer uma seletividade humana que em vez de aproximar os povos os afasta entre ricos e pobres".
Educar: Arriscar e Inovar Constantemente
Perante os diferentes desafios que hoje são colocados à educação o Papa Francisco convidou os presentes a olharem para exemplos como o de Dom Bosco que em tempos de grande agitação maçônica no norte a Itália procurou caminhos novos. Para Francisco esta mesma urgência é sentida em muitas partes do Muno e por isso ´´e fundamental "uma educação de emergência" capaz de arriscar uma educação informal porque a formal empobreceu-se fruto da herança do positivismo. Para o Papa este tecnicismo intelectualista com linguagem apenas da "testa" empobrece o ser humano tornando-se urgente "romper-se com este esquema", afirmou para mostrar como a "experiência na arte e no desporto" são válidas para a educação.
Para Francisco p pacto entre a família e a escola foi quebrado também deve-se recomeçar. Também o pacto entre a família e o estado foi quebrado a não ser que estejamos a falar de um estado com ideologias próprias. De resto foi quebrado. Para além esta quebra do pacto entre os diversos atores da educação o Papa afirmou que "também é preciso mudar a situação dos educadores tão mal pagos hoje! Parece que o estado não tem interesse. Se houvesse a educação não estaria como está." completou.
Finalizo essa reflexão, com um pensamento brilhante do filósofo e professor Mário Sérgio Cortella:
"É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal".
