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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Ah, esse Admirável Mundo Novo
Chamado Pós-Modernidade.

É através das Eras Históricas que entendemos a evolução do homem, suas primeiras formas de sociabilização e vivência em comunidade, os primeiros registros artísticos e religiosos, a justificativa de longas batalhas por território, o desenvolvimento da economia, etc. É graças a estes períodos fragmentados da história da humanidade que compreendemos a complexa evolução do homem político, social, econômico, histórico e culturalmente vivido em tempos que Bauman, nomeou de “Tempos Líquidos”.

Se na pré-história período anterior à escrita, as formas de comunicação humana eram desenvolvidas a partir de símbolos e gestos, hoje em tempos líquidos, temos a percepção de que o homem não evoluiu o quanto deveria. Mensagens rápidas e fragmentadas recheadas de emotions a serem decifrados - a expressão da imagem, definindo o estado.

Já na Idade Antiga, começa o estabelecimento de leis e regras para serem aplicadas pela sociedade com intuito de garantir organização. Em terra de pós-modernidade líquida o homem vive cercado de leis e regras, que vão nortear sua aceitação em determinados grupos.

A Idade Média, conhecida como “Idade das Trevas”, em razão da pouca produção literária chegou a durar dez séculos. Nos dias atuais, cada vez mais a linguagem vai sendo reduzida, a escrita minimizada e grandes produções literárias exauridas.


Com a queda de Constantinopla inicia-se uma nova era, a Época da Idade Moderna, com a ascensão as revoltas populares na França que culminaram com a Revolução Francesa em 1789, trazendo novos prismas para o pensamento político, econômico, filosófico e religioso da época, que serve de grandes influências mesmo nos dias de hoje nasce a Idade contemporânea que perpetua. É exatamente aqui onde nós estamos.

A obra, Admirável Mundo Novo, de Huxley (1931) nos apresenta um mundo inimaginável (porém provável) onde as pessoas são condicionadas biologicamente e psicologicamente a existirem em concordância com as leis e normas sociais, da época que não possuíam as éticas religiosas e apegos morais que regem a nossa atual sociedade. Quando algum indivíduo desse futuro sente desconforto, dúvida ou incerteza consome uma droga chamada “Soma” que dissipa esses problemas e deixa a pessoa feliz. Além disso, a sociedade é organizada por castas e os indivíduos já são antecipadamente determinados e condicionados a ser parte de uma delas.

Acaso, não é o que acontece hoje? Pela primeira vez na história somos obrigados a sermos felizes, há remédio para tudo. O neurotransmissor serotonina, responsável pelo bom humor, bem estar, controlador das emoções, está sendo mais estudado do que nunca. Remédios milagrosos como Ritalina, Fluoxetina garante em grande parte trazer de volta o conceito de alegria e felicidade. A fábula futurista de Huxley relata uma sociedade abolida pelo condicionamento; a servidão, a dominação seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química.

Existem centenas de blogs, que prometem a felicidade em cinco passos, com técnicas simples, que devolvem o prazer ativando os neurotransmissores para que o indivíduo seja alegre, otimista, feliz, para cima, alterando com mais ou menos química a Dopamina, Endorfina, Oxitocina e a Serotonina.

Aqui, não é uma questão de contra ou a favor. Mas qual o conceito de felicidade?
Vivemos em um tempo que o conceito de felicidade está distorcido. Se perguntares a uma criança entre 8 a 13 anos o que é felicidade, provavelmente ela irá responder: Internet. Adolescentes entre 14 e 16 anos provavelmente irão responder: Wi-Fi, e assim consecutivamente.
“[...] Vivemos em tempos líquidos nada é feito para durar” (Zygmunt Bauman).

Ser feliz tem sido considerado: “Fazer e Ter.” O que eu faço o que eu tenho e acima de tudo naquilo que eu aparento exteriormente.
 Flávia Couto Basso.

4 comentários:

  1. Flavia, adorei seu texto! Estamos tão condicionados a ser felizes que muitas vêzes esquecemos de olhar pro lado e vêr que ela esta bem pertinho da gente, sem precisar buscar nenhuma ajuda química. Basta parar um pouco e conversar com Deus, com nossa família, com nossos amigos! Um beijo, fica com Deus!

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  2. Excelente reflexão! Pertinente, perspicaz e necessária.

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