Ah, esse Admirável Mundo Novo
Chamado Pós-Modernidade.
É através das Eras Históricas que entendemos a evolução do homem, suas
primeiras formas de sociabilização e vivência em comunidade, os primeiros
registros artísticos e religiosos, a justificativa de longas batalhas por
território, o desenvolvimento da economia, etc. É graças a estes períodos
fragmentados da história da humanidade que compreendemos a complexa evolução do
homem político, social, econômico, histórico e culturalmente vivido em tempos
que Bauman, nomeou de “Tempos Líquidos”.
Se
na pré-história período anterior à escrita, as formas de comunicação humana
eram desenvolvidas a partir de símbolos e gestos, hoje em tempos líquidos,
temos a percepção de que o homem não evoluiu o quanto deveria. Mensagens
rápidas e fragmentadas recheadas de emotions a serem decifrados - a expressão
da imagem, definindo o estado.
Já
na Idade Antiga, começa o estabelecimento de leis e regras para serem aplicadas
pela sociedade com intuito de garantir organização. Em terra de pós-modernidade
líquida o homem vive cercado de leis e regras, que vão nortear sua aceitação em
determinados grupos.
A
Idade Média, conhecida como “Idade das Trevas”, em razão da pouca produção
literária chegou a durar dez séculos. Nos dias atuais, cada vez mais a
linguagem vai sendo reduzida, a escrita minimizada e grandes produções
literárias exauridas.
Com
a queda de Constantinopla inicia-se uma nova era, a Época da Idade Moderna, com
a ascensão as revoltas populares na França que culminaram com a Revolução Francesa
em 1789, trazendo novos prismas para o pensamento político, econômico, filosófico
e religioso da época, que serve de grandes influências mesmo nos dias de hoje nasce
a Idade contemporânea que perpetua. É exatamente aqui onde nós estamos.
A
obra, Admirável Mundo Novo, de Huxley (1931) nos apresenta um mundo
inimaginável (porém provável) onde as pessoas são condicionadas biologicamente
e psicologicamente a existirem em concordância com as leis e normas sociais, da
época que não possuíam as éticas religiosas e apegos morais que regem a nossa
atual sociedade. Quando algum indivíduo desse futuro sente desconforto, dúvida
ou incerteza consome uma droga chamada “Soma” que dissipa esses problemas e
deixa a pessoa feliz. Além disso, a sociedade é organizada por castas e os
indivíduos já são antecipadamente determinados e condicionados a ser parte de
uma delas.
Acaso,
não é o que acontece hoje? Pela primeira vez na história somos obrigados a
sermos felizes, há remédio para tudo. O neurotransmissor serotonina,
responsável pelo bom humor, bem estar, controlador das emoções, está sendo mais
estudado do que nunca. Remédios milagrosos como Ritalina, Fluoxetina garante em
grande parte trazer de volta o conceito de alegria e felicidade. A fábula
futurista de Huxley relata uma sociedade abolida pelo condicionamento; a
servidão, a dominação seria aceitável devido a doses regulares de felicidade
química.
Existem
centenas de blogs, que prometem a felicidade em cinco passos, com técnicas
simples, que devolvem o prazer ativando os neurotransmissores para que o
indivíduo seja alegre, otimista, feliz, para cima, alterando com mais ou menos
química a Dopamina, Endorfina, Oxitocina e a Serotonina.
Aqui,
não é uma questão de contra ou a favor. Mas qual o conceito de felicidade?
Vivemos
em um tempo que o conceito de felicidade está distorcido. Se perguntares a uma
criança entre 8 a 13 anos o que é felicidade, provavelmente ela irá responder:
Internet. Adolescentes entre 14 e 16 anos provavelmente irão responder: Wi-Fi,
e assim consecutivamente.
“[...]
Vivemos em tempos líquidos nada é feito para durar” (Zygmunt Bauman).
Ser feliz tem sido considerado: “Fazer e Ter.”
O que eu faço o que eu tenho e acima de tudo naquilo que eu aparento
exteriormente.