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quinta-feira, 8 de março de 2018

A vida secreta de Jonas 

Luiz Galdino
                           Editora: Ática
                         Coleção: Vaga-lume


Gente, eu amei esse livro! Quem não se lembra da coleção vaga-lume?
A infância tinha gosto especial de aventura e imaginação, vibrávamos com os vilões e mocinhos e tínhamos nosso personagem favorito. Depois íamos para a rua, discutir com os amigos sobre a literatura. O gostoso mesmo era quando a professora de literatura, pedia para que fizéssemos uma peça de teatro, uma música, coisas assim, para contarmos a história do livro indicado, era incrível!

Eu particularmente conheço muito pouco da obra de Luiz Galdino, autor do livro - sei que escreveu outros contos como "O fantasma que falava espanhol", "A cidade perdida", "Demônios da meia-noite", enfim... Mas, com certeza a vida secreta de Jonas nos faz perambular para um mundo repleto de devaneios e realidade, um salto em dois mundos diferentes a cada segundo, porém com a total fidelidade do mundo atual. Quem nunca conheceu alguém estranho ou que pensasse e agisse de modo diferente do seu? Com certeza, percebeu como é difícil conviver com a diferença. Aliás, muita gente acha que o ser "diferente" é ameaçador ou perigoso. Será verdade?

Em  a vida secreta de Jonas você terá a oportunidade de pensar bastante neste assunto. Encontrará várias histórias de amor, carinho, felicidade e tristeza. O livro me ajudou a sair um pouco da realidade maluca e trouxe um pouco da ação de um filme para o momento de leitura.

Escrito pelo professor Luiz Galdino que nasceu em Caçapava, interior de São Paulo o livro foi publicado em 1989. O autor escreveu mais de 40 livros, já recebeu mais de 30 premiações por seus livros, inclusive internacionais.


Um grupo de amigos que estudam na mesma escola conversam após a aula tranquilamente, até que um garoto surge de repente dizendo que não se lembra de nada, inclusive de seu nome. Alguns não simpatizam com o garoto e só querem lhe fazer mal, mas outros o acolhem, como é o caso de Ana Paula. Após a chegada do garoto eventos estranhos passam a ocorrer na cidade e grande parte da população passa a acusar o pobre garoto, agora conhecido como Jonas, que foi diagnosticado com amnésia. 

Isso não é uma resenha,  e sim uma análise simples feita acerca dos assuntos abordados no livro, bem como o comportamento dos personagens relacionados com o nosso cotidiano.

Personagens:
Geninho é o primeiro personagem que aparece no livro. Ele vive com os pais que, aparentemente, não se dão bem. Sua mãe não está satisfeita com o desempenho de seu pai, mas isso não faz com que ele seja um garoto rancoroso, muito pelo contrário, é um garoto educado e parceiro.

Ana Paula faz parte do grupo de amigos de Geninho. Ela é uma garota que tem opinião própria e não se deixa enganar facilmente, ela consegue tirar suas próprias conclusões em situações atípicas sem ser influenciável. Ana faz questão de ajudar quem precisa, é uma garota justa/justiceira.

Rúbio e Marcelo também fazem parte do grupo, mas ambos possuem uma personalidade totalmente diferente. São preconceituosos e não fazem questão de serem simpáticos com pessoas que desconhecem. Ambos são adeptos às brincadeiras de mal gosto, são grossos e não se sentem mal por isso.

Rafa é irmão de Rúbio, no entanto, no fundo ele é um bom garoto. Em algumas passagens vimos que ele foi influenciado pelo seu irmão, mas seu lado bondoso falou mais forte.

A Falta de empatia com o próximo
O grupo de amigos viu pela primeira vez um garoto que naquele momento apresentou um comportamento estranho: não se recordava de absolutamente nada, seu nome, onde morava, de onde veio etc.
Como é o natural de um grupo, cada um teria uma reação caso uma situação dessas acontecesse, mas é incrível como os personagens Rúbio e Marcelo odeiam esse garoto novo sem nenhum motivo aparente. Ninguém é obrigado a conviver com alguém que não goste, mas as brincadeiras feitas pelos meninos só demonstraram que eles não tinham o mínimo de compaixão com o próximo. Em contrapartida, Geninho e Ana Paula se mostraram muito solidários com a condição do pobre garoto e batizaram-no de Jonas. 
Rúbio e Marcelo estavam incomodados com a presença do menino no grupo e resolveram prendê-lo em uma fábrica abandonada, armaram para que o cachorro Fox atacasse Jonas, que sofreu lesões na perna e tudo isso sem que Jonas tivesse feito nada.
Esse tipo de situação ainda ocorre, às vezes crianças ou jovens não querem se relacionar com alguém que não pertença ao seu ciclo, a sua classe social e acabam por agirem de maneira rude. É claro que isso não se restringe aos jovens, isso é claramente um problema de criação, o que pode ser comprovado por meio do comportamento da mãe de Maurício que mostra-se tão preconceituosa quanto o filho. 
Não faz muito tempo que os jornais noticiaram o caso de jovens pertencente a classe média alta agredindo um mendigo que estava dormindo, o homem não havia feito nada diretamente aos garotos, mas o fato de ele existir e estar naquela situação foi motivo suficiente para que os garotos se irritassem e o agredissem. 

  
A Solidariedade
Em contraste ao comportamento inadequado dos dois personagens citados anteriormente, temos Geninho e Ana Paula que, desde o primeiro momento, mostraram-se dispostos a ajudar o garoto que sentia-se totalmente perdido. 
Após alguns encontros Ana Paula conversa com seus pais para que eles ajudem o garoto. Abelardo, pai de Ana Paula, conversa com o padre local e com as autoridades e não vê nenhum problema em ajudar o garoto levando-o para morar em sua casa. Novamente é possível perceber que a criança é o reflexo de sua família, o que molda o caráter de uma criança são as ações de seus pais, e não seu conselhos e orientações.
Abelardo procura médicos para examinar o garoto e chegam a conclusão de que ele sofre de amnésia, por isso não consegue se lembrar de absolutamente nada. 

* As Acusações sem provas e preconceito
Abelardo conseguiu que Jonas passasse a frequentar a mesma escola de Ana Paula como aluno ouvinte para que ele não ficasse tão atrasado no conteúdo, no entanto, os pais de diversos alunos fizeram um abaixo-assinado para que o garoto deixasse de frequentar a escola. Tudo isso por conta da falta de procedência de Jonas, por ele ter sido encontrado abandonado na rua, por ter sido acolhido sem que ninguém soubesse suas origens. Essa atitude mostra que algumas pessoas não conseguem se colocar no lugar do outro, só conseguem julgar, acusar. Na verdade, às vezes, fazemos isso inconscientemente quando  algum vizinho novo aparece e ele tem estilo e costumes totalmente diferentes dos quais fomos criados, e isso é suficiente para que não nos aproximemos.

Esse preconceito gerou uma situação complicada para o garoto e para Abelardo que o "adotou". O cachorro de Maurício sumiu, então os meninos acusaram Jonas. A escola pegou fogo e Jonas tentou ir até o local para apagar o incêndio, mas todos estavam tão focados em culpá-lo que quase o lincharam. Há alguns anos todo um bairro linchou uma mulher porque eles "acharam" que ela era sequestradora de crianças. Obviamente a mulher morreu, mas ela era só parecida com a verdadeira sequestradora. Fazer justiça com as próprias mãos sem provas concretas é um comportamento decadente do ser-humano, é como se vivêssemos ainda na idade das pedras. Menos julgamento, mais solidariedade.

Jonas foi inocentado de ter provocado o incêndio na escola, no entanto, ninguém mais entrada na loja de Abelardo, que vendia ferramentas. Essa é mais uma prova de que as pessoas são amarguradas.

Quanto a Imprensa local, nada mudou... Sempre Sensacionalista
Para finalizar é importante ressaltar a importância do papel da mídia para manter as pessoas bem informadas. No caso deste livro infelizmente o papel da mídia não é exatamente esse. Como passam a surgir conspirações contra o Jonas, algumas pessoas passam a afirmar que o garoto é um alienígena e a mídia local compra a tal história para conseguir alavancar as tiragens.
A notícia tomou tal proporção que os jornalistas passaram a fazer plantão em frente a casa de Abelardo para que eles conseguissem dar uma palavra com o "menino E.T". 
Esse tipo de notícia ocorre o tempo todo, principalmente na internet, onde eles lucram por cliques, por pessoas que visitam o site. Então, para receber vários acessos por dia, os protótipos de jornalistas criam, inventam, aumentam situações absurdas para conseguir lucrar e não informar.
  
Bom, se Jonas é ou não um E.T? Só lendo mesmo para saber. A leitura é simples, divertida e nos abre esses leques para reflexões. Indico.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Sou brasileira com muito orgulho, 
com muito amor!

Mas, afinal o que é ser “brasileiro”? Somos brasileiros ou nos tornamos brasileiros, a partir de uma cultura? O que nos torna brasileiros, a nacionalidade? Ou o culturalismo?
Não gosto de generalizações, nem tampouco de colocar toda a farinha, dentro do mesmo saco.
A natureza nos brindou com uma terra agradável que "em se plantando tudo dá" e a vantagem de não ter que viver às voltas com furacões, vulcões, terremotos, maremotos e tantas outras coisas. Temos, sim, enchentes, deslizamentos, essas coisas, mas nada comparável ao que vemos nos noticiários em relação ao que ocorre lá fora.  É sim, gigante pela própria natureza!
O Brasil, é formado por grandes nomes, brasileiros e brasileiras - que com sua arte, história, poesia, luta, música, convicção, luta e amor por esse país, norteou o rumo da nossa nação.
Ser brasileiro também é, construir escolas e juntar forças para levar experiências de vida e histórias aos lugares mais remotos da Amazônia. É dar importância aos índios e às pessoas que, apesar de viverem em lugares remotos, fazem parte de nossa sociedade e compartilham o mesmo sonho.
O antropólogo Roberto Da Matta  em sua obra "O Que Faz o Brasil, Brasil?", compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto nos brasileiros, acostumado a violar e a ver violada as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada.
Quem nunca ouviu a famosa expressão “Jeitinho Brasileiro”, pois é...
Chegamos na parte da nossa leitura, em que muitas pessoas repudiam e se reconhecem.
Diversos personagens do imaginário popular brasileiro trazem esta característica. Um dos mais conhecidos é o Pedro Malasartes, de origem portuguesa, profundamente enraizado no folclore popular brasileiro através do livro Malasaventuras, escrito pelo paulistano Pedro Bandeira. João Grilo, personagem de Ariano Suassuna em Auto da Compadecida, também carrega em si o jeitinho. Volto a frisar, não devemos colocar toda a farinha, dentro do mesmo saco.
Oras, analisemos a sociedade atual e o “seu jeitinho brasileiro” de conduzirem as coisas. No meu ponto subjetivo de vista, não devemos colocar todos os créditos apenas nos governantes. Quem faz o Brasil, acontecer, são os brasileiros, com ou sem poder.
Um cidadão comum, pode não ter um dos três poderes que regem a estrutura do nosso país, mas vejamos, o poder que ele tem em suas mãos de transformação social. Citarei alguns exemplos: Comprar produto pirata, furar a fila, enganar as pessoas em negócios ilícitos, dar informações erradas para os turistas, puxar o tapete do colega no trabalho, beneficiar de dinheiro que não lhe pertence, entre outras atitudes que deveriam ser banidas e recriminadas da cultura brasileira.
Daí, você pode me perguntar: “Mas, isso só acontece aqui?” A resposta é não. Muitas trapaças surgiram e perpetuam de acordo com a evolução da espécie humana, independente do canto deste planeta que ela esteja. Porém, existe uma peculiaridade: para a maioria dos brasileiros tais atitudes são consideradas normais, e já estão incorporadas no dia a dia, falta aos brasileiros noção do que é “certo e errado” do que é “moral e ética” do que “eu posso e do que não convém”. A reflexão é bem simples, não é porque eu posso fazer, que me convém fazer. Não é porque me convém que devo praticar.
O Brasil também vai para a rua e exigir mudanças, rompendo com o silêncio e se sentindo livre para expressar seus desejos. É parar o país ao menor sinal de indignação.
Aqui, convido os ilustres leitores a uma rápida reflexão: Vocês já viram brasileiros irem para as ruas manifestar-se contra “os gatos”? Certamente não, pelo contrário, brasileiro vibra quando consegue puxar a TV a cabo do vizinho.
Se estamos na era do “vem pra rua”, das hashtags estamos cansados de corrupção, porque será que os plantonistas, ainda não saíram para a rua pedindo o fim da sonegação do imposto de renda?
“Se beber não dirija”. Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal para a campanha Operação Carnaval 2017, foram registrados 1.696 acidentes em 2017, a quantidade de vítimas fatais aumentou 23,9% em relação a 2016 (113 óbitos).
Numerosos são os trabalhadores que pegam atestado médico, sem estar doente para poder faltar do trabalho. Daí, surge a crítica: Existe uma máfia de médicos, que vendem atestados. Eu vou retrucar: Sim, existe! Vivemos em uma sociedade capitalista, tendo dinheiro se compra qualquer coisa, tudo está a venda. Por isso, repito, brasileiro não tem noção de certo e errado. Tudo me é permitido, nem tudo me convém.
Brasileiro, quando vai viajar pela empresa, o almoço custa R$20,00, ele pega nota de R$30,00. Brasileiro não lê, não estuda, só pensa em feriado, reclama da segunda-feira, tem preguiça de levantar cedo, culturalmente cultiva o futebol, a cerveja, as novelas, as redes sociais para ser juiz de todos os casos, aqui mais um exemplo, de falta de noção. Brasileiro não opina, brasileiro julga.
Até os titulados “doutores,” são maus educados. Os nossos governantes, sem noção. O nosso povo, estúpido e a nossa cultura é machista, opressora e vulgar. O que fazer, então?
A receita pronta não existe. Mas, uma coisa é certa. Se cada um cumprisse o seu papel, a partir dos seus nichos, tornaríamos patriotas mais civilizados e menos ogros.
Se eu começar na minha casa, ensinando meus filhos, a não tratar como normal o que é imoral, eles vão carregar e espalhar consigo o que incorporaram como correto e assim consecutivamente.
Não existe varinha mágica, mais existe ética, noção e moral.

sábado, 18 de novembro de 2017

Resenha do livro 
A CASA DAS SETE TORRES
HAWTHORNE, Nathaniel

Poesia pura para retratar uma história de agouro, por assim dizer. Foi a primeira obra de Nathaniel Hawthorne que li, confesso, apaixonei! Com certeza será a primeira de muitas outras. Quanta peculiaridade! Uma definição para o livro: Fantástico.
Hawthorne usa todo seu talento para nos mostrar os contrapontos de muitos sentimentos, o bem e o mal, o poder sobre o mais fraco, a perseverança e o desalento, a melancolia e a felicidade, desprendimento,  ganancia e a superação.
O livro nos conta a história da família Pyncheon. Que a partir do seu primeiro representante, o Coronel Pyncheon, carrega um fardo - por quase 200 anos - como resultado desonesto pela qual foi adquirido o terreno onde foi construída a casa das sete torres. Nessa casa vemos passar todas as desventuras de uma família aristocrata através de várias gerações. Desde de sua fundação, pelo Coronel Pyncheon, suas paredes são marcadas por uma maldição lançada pelo  verdadeiro dono do terreno , Matheu Maule, onde a casa seria construída. Pyncheon, com sua ganancia, usa seu poder e consegue uma forma de acusar Maule de um crime, conseguindo assim sua condenação à morte.

A mansão construída há séculos atrás em Massachusetts por um homem rico, poderoso e influente que desejava muito o terreno onde  um senhor humilde morava, e para conseguir esse terreno, ele acusou o proprietário de bruxaria, que na época era motivo para enforcamento. Antes de morrer Maule proferiu uma maldição contra toda a linhagem dos Pyncheon.

Por ter dedurado um "bruxo" o senhor Pyncheon herdou o terreno e construiu a mansão de sete torres com toda a pompa que a época poderia proporcionar, mas no dia da inauguração da casa, em meio à festa onde estava presente toda a alta sociedade, o senhor Pyncheon é encontrado morto em seu gabinete e a casa apesar de bela, ficou conhecida como amaldiçoada pelos moradores da região.

Desde então os Pyncheon passaram por vários acontecimentos horríveis e a casa foi ficando cada vez mais mal vista e a família cada vez mais mal querida, fazendo valer a fama de amaldiçoada. A narrativa desse belo exemplar de literatura nos remete a repensar nossos princípios e nossos preconceitos, todos os verdadeiros valores que nos são ensinados parecem ganhar ênfase e a falsa moral se expõe como uma arma letal capaz de corromper totalmente até o caráter mais puro e intacto, com suas ideologias infundadas e acumuladas por séculos de sistema ditatorial.


Essa perpetuação dos bons costumes hipócritas muitas vezes veementemente defendidos por uma grande parcela dos opressores a fim de reduzir o livre pensamento entre as grandes massas, parece nunca cessar. Essa história poderia com certeza ser ambientada nos dias atuais onde a aristocracia falida tenta iludir remanescentes damas e cavalheiros de que não devem abrir mãos de suas formações e que deve a todo custo perpetuar a opressão e o espírito de submissão entre fortes e fracos.


É uma história que trata de sentimentos profundos, que trata de conflitos pessoais, uma obra para ler e refletir. Carregada também de muito mistério. 
Não recomendo para todos, mais quem quiser se aventurar numa história forte, com sentimentos diversos e realista, eu recomendo.


terça-feira, 14 de novembro de 2017


15 de Novembro a comemoração do retrocesso!

As instâncias superiores da massa de manobra, voraz e capitalista que rege nossa sociedade, está cada vez mais propícia a esforçar-se para exaurir a dignidade do povo brasileiro. Por meio de pressão midiática e força estupenda de esbanjamento de falso poder, enfrentamos a pior fase da vergonhosa redação histórica da Pátria Amada. Somos trabalhadores que desejamos garantir o pão nosso de cada dia, através do nosso suor e amparados pelos direitos, por nós conquistado. Somos vítimas de ratos de porão, sacristia, púlpitos e palanques. Ratos exploradores, roedores de CLT.

Gente, o mundo anda chato! Intolerante.

Como dizia o poeta Renato Russo: “O mundo anda tão complicado...”

A elite é intolerante com o seu próprio povo, querem exaurir com todas as forças democráticas, querem assassinar nossa esperança, como estudante de teologia, usarei um termo do cristianismo para ilustrar: “Se a direita ressuscitar o país será crucificado”.

A pós-modernidade (Como sugeriu o sociólogo polonês Zygmunt Bauman) está a todo vapor para “pós modernizar” o Brasil aos tempos da escravidão, ops... Seria modernização ao período escravocrata.

A banda musical “Titãs” tem uma canção que o refrão diz assim: “Porrada nos caras que não fazem nada”, para a elite brasileira seria ao contrário a canção: “Porrada para os pobres brasileiros, sem vergonha e sem dinheiro, que não fazem nada!”

De que lado você está?

128 após a perda de prestígio á monarquia a elite suga os refratários da Constituição para retomar o seu glamour, meu povo, a elite odeia mais o Brasil do que os próprios estrangeiros.

Ocorreu dia 15 de novembro de 1889 no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, na praça da Aclamação (hoje Praça da República) A Proclamação da República que instaurou o regime republicano no país, derrubando a Monarquia, quando um grupo de militares do Exército brasileiro, liderados pelo comandante Marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado e depôs o imperador D. Pedro II. Institui-se então a República 
Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D. Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de “Presidente do Brasil”. A partir de então, o país seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições. Foi um grande avanço rumo a consolidação da democracia no Brasil. O que foi que mudou de lá para cá? O que comemorar?

Seria a estupidez humana?

Se a população não se entusiasmou com o 15 de novembro, é porque a mudança proposta, de um imperador para um presidente eleito, não alterava em nada a sua situação de exploração. Qualquer semelhança é mera coincidência. 
A burguesia brasileira se contenta com o triste papel de capitão-do-mato do imperialismo, seja britânico ou norte-americano, oferecendo as riquezas nacionais às companhias estrangeiras em troca de quase nada. Ela se contenta com a exploração dos trabalhadores brasileiros, com a ostentação, a arrogância, a ignorância. Por todos esses motivos, a condição para o desenvolvimento do país e o fortalecimento de uma república forte, democrática e soberana é a liquidação da burguesia brasileira enquanto classe.

A bem da verdade é que, por causa de uma mentira e uma dor de cotovelo que nasceu a República do Brasil e o irresponsável Deodoro derrubou o regime, desrespeitou a Constituição e fechou o congresso. Pelo erro de Deodoro vemos os absurdos da república de hoje!

Pouco se restou dos nossos deputados federais e estaduais, além da falácia de que “a gente trabalha pelo povo brasileiro”.

A casa entrou num estágio tão ridículo que a maioria dos jovens do nosso país já não sabe para que servem os nossos congressistas.

A grave crise política e econômica que assola o país não causa apenas o descrédito e o desemprego. Atinge sobretudo o ânimo dos brasileiros e é a grande causa da desesperança que afeta a nação. 

A valorização da produção de conhecimento é fundamental para a recuperação da autoestima do brasileiro. 

À frente de um governo ilegítimo, com oito ministros investigados por corrupção, e que conduz uma agenda contestada por 92% dos brasileiros, que veem o País no rumo errado, Michel Temer fez com que disparasse a vergonha de ser brasileiro.

É vergonhoso ver como o Brasil se tornou o país da conveniência. 

Coerência faz bem ao país. Ninguém aqui está defendendo ideias e pensamentos únicos. Muito pelo contrário. O contraditório é fundamental para o debate e o fortalecimento da democracia. O que não dá para suportar é ver a conveniência sendo usada de acordo com os interesses pessoais ou para reforçar posições políticas. Isso não é honesto. É vergonhoso.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Conviver com pessoas...


Queira perto de você pessoas que te acrescentam algo.
A vida é apenas uma passagem, curta por sinal, e passa rápido demais para simplesmente existir. Temos que redescobrir a arte, a beleza e a peculiaridade do sentido da nossa existência, para que a vida possa ter gosto. 

É triste dizer mas existe verdades cruéis sobre as pessoas. E conviver com seres humanos torna a vida mais complexa e chata. 

O poeta Mário Quintana dizia: "Viver é a arte de conviver". É verdade absoluta. Pois se não sabemos conviver a vida deixa de ser arte para ser rascunho.

Poderia citar uma lista imensa mas vou citar alguns tópicos sobre a crueldade de viver com pessoas:

*As pessoas te machucam e tentam dizer que a culpa é sua;
*Muitas pessoas somente amam a elas mesmas;
*Pessoas boas não tem nada haver com grau de instrução, classe social, raça ou sexo;

*Muitas pessoas querem ás vezes só aproveitar de você.

Então... Aprenda a lidar com isso e não espere nada de ninguém.

Outra verdade absoluta. Embora, ninguém é obrigado a se conformar com ações de alguém, mas, assim como para todas as demais coisas, é necessário compreensão e prudência, pois, afinal circunstâncias sociais têm o poder de diferir modos de pensar.

Vivemos hoje na época que o sociólogo Zygmunt Bauman nomeou de mundo líquido. Onde todos são livres e não precisam se prender a nada. Onde  os laços afetivos se constroem e se destroem no mesmo dia. Onde a inversão de valores daquilo que eu sou com aquilo que possuo, se inverte de acordo com os interesses alheios. Onde se troca de parceiro como se troca de roupa. Se diz eu te amo para cinquenta pessoas em apenas um ano. Onde tudo é fluído e nada gera segurança ao ser humano.

Conviver com pessoas, entende-se que os maiores motivos pelas ações intolerantes são o ódio e a ignorância - que serve como argumento frouxo para tudo, desde odiar seu governo até odiar o seu parente. Tudo simplesmente pelo ódio e pela ignorância.

As pessoas precisam aprender a se colocarem no lugar das outras e de acordo com seus princípios, busquem ajudá-las a melhorar e não impor ordens ou acatando com palavras frias e grosseiras.

Quem não sabe fazer isso nunca será um bom pai, uma boa professora, um grande profissional, nunca será um grande homem, uma grande mulher.

A pós-modernidade nos mostra pessoas sorrindo o tempo todo, nos mostra pessoas de "luta" com bandeira nas mãos defendendo o macaco prego, mas esquecendo-se completamente da causa humana. Defende banda de rock, artistas,  músicas, e até desconhecidos mas são vazias por dentro que não consegue enxergar o que está do seu lado.

O professor Augusto Cury afirma que: "Um eu forte e maduro inquieta sua ansiedade, protege quem ama, pede desculpas sem medo, aponta primeiro o dedo para si antes de falar do erro do outro, repensa sua história, doa mais, não tem a necessidade de mudar quem ama, conhece portanto, todas as letras do alfabeto: GENEROSIDADE." (Relações Saudáveis p. 152).

Dá para entender porque muitas pessoas não gostam das teorias do professor, porque para essas pessoas isso é ser bom no que é bom. E estes seres ,só aprenderam a ser bons naquilo que é ruim.

Estamos cada vez mais distantes de conviver em uma sociedade generosa. A insensibilidade do ser humano e sua incapacidade de se colocar no lugar do outro, faz com que caminhamos com passos largos em direção ao precipício. 

Por isso, é bom ter sempre por perto pessoas boas, que te agregam algum valor. Caso contrário terá que contar sempre com as pessoas interesseiras de plantão. Aquelas pessoas que só tem compreendem quando querem algo de você. Ainda que seja buscar um copo de água.
Que o momento líquido da humanidade passe logo, para termos a chance de curtir a arte de viver e conviver.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Morrer de Poesia 
[Se te queres matar]Porta de entrada para um mundo chamado: Fernando Pessoa.

Álvaro de Campos "in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa 

*(Personagem fictício criado por escritores cujo o objetivo é tentar compreender e propagar diferentes maneiras de ver a realidade exterior\interior, tentando manter distancia da visão da realidade ortônima (real, verdadeiro). O autor assina com seu nome verídico a obra, ou seja, quando não se faz uso de pseudônimo).

Se te queres Matar

Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve teu mundo interior que desconheces?

Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...

E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem,
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...
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Pessoa escreveu esse poema no 10º aniversário
do suicídio do seu grande amigo Mário de Sá Carneiro.
O poema demonstra toda raiva e ironia que Pessoa sentia

pelo acontecido contudo não é um ode ao suicídio.


Este discurso é o que precede e não necessariamente o suicídio em si, não são muitos que compreendem a complexidade dos poemas de Fernando Pessoa. Aqui no poema talvez, ele queira exprimir e matar um desejo ou saciar ideias. 

Porém, no sentido em que a vida deixa de interessar, ou pesa menos na balança do que deve haver entre vida e morte pode ser que, "peses mais durando, que deixando de durar".
O fim ultimo parece uma boa solução para quem tem problemas graves. A pergunta de Álvaro Campos (Fernando Pessoa) interpela-nos sempre é: "Se te queres matar, por que não te queres matar?" O indício para refletir no porquê levamos uma vida na qual não gostamos? 


Questões que se colocam a quem é mais sensível e que absorve como uma esponja o que de bom ou de mau se passa á sua volta, e a quem necessita de respostas mais profundas ás perguntas que faz,muitas vezes, a si mesma, não contentando com a superficialidade nem da vida, nem das pessoas.

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. Á parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". Álvaro de Campos, em Tabacaria.

Da razão á contradição os poemas de Fernando Pessoa são no mínimo perturbadores. Explicita o que acontece com cada um de nós.
A homilia negativa tem um intuito de ressaltar o nenhum valor da vida. Campos defende o suicídio do seu interlocutor e enumera uma série de argumentos que conduzem ao convencimento da inutilidade da vida.Uma espécie de profecia da escuridade, que marca toda a fase do "Engenheiro Metafísico", prenuncio da Tabacaria de 1928, monumento do pessimismo e do fracasso de viver. Posso dizer que mesmo tenebroso e sombrio o poema é certeiro e universal onde, lendo-o, nós mesmos nos lemos.

Um grande desprezo pela vida e uma imensa ironia é lançado ao ego de quem ele se dirige. Se o seu interlocutor possui ainda alguma esperança de merecer sentimentos como amor e afeto, vê-se então na condição de um órfão.

Nesse poema,o ser humano transforma-se no que Heidegger chama de "o-ser-para-a-morte", onde o poeta nega o valor da nossa existência pequena e sem importância, a vida é só um acidente e mais nada.
Absolutamente mais NADA.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Ateu, graças a Deus!
[Sobre Lectio Divina do livro:
Deus um Delírio de Richard Dawkins]


Terminei de ler a bíblia do Dawkins, confesso que é uma literatura  interessante e bem diferente do seu livro de biologia "O Gene Egoísta". O papa dos ateus realmente trouxe-me muitas reflexões acerca da existência do ser humano.

 Em o Gene Egoísta, Richard Dawkins notabilizou-se como um dos mais bem-sucedidos e hábeis divulgadores da ciência, conseguiu tornar a biologia evolucionista acessível e interessante para uma nova geração de leitores. O  livro, Deus um Delírio,  fez de Dawkins o polemista ateu mais famoso do mundo, graças à crítica contundente contra toda forma de religião.

O Dawkins como neo-ateu propaga a necessidade de não crer e fazer com que todos também não creiam. Simplesmente por prazer.
Eu fiz três perguntas durante a leitura. A primeira pergunta foi no início do livro ainda no prefácio "Quem é Richard Dawkins"? Até onde eu sei, só tornou-se popular quando passou a criticar a existência de Deus e assim transformou-se em ídolo dos ateus. Precisamente no capítulo 4, quando ele aborda o tema: Por que quase com certeza Deus não existe, veio a segunda pergunta: "Por que Dawkins odeia tanto a Deus"?
Você pode até não acreditar é um direito seu. Mas a partir do momento que ele passa a alimentar um sentimento, automaticamente ele está dando vida aquilo que é abstrato. Embora o capítulo 4 num todo, mas pareça um livreto de bolso de histórias biológicas e científicas. A ultima pegunta surgiu ao fechar o livro e dizer, fim! A pergunta final, "Richard Dawkins abdicou seu tempo, suas tarefas para escrever esse livro de mais de 500 páginas a troco do quê? Daquilo que ele não acredita? Uau! Como ele é bom! Quem sabe não se torna o salvador e libertador dos seus fãs. Ou ele acha que com essa "bíblia" vai arrastar seguidores e se tornar profeta? Propagar a ignorância intelectual e a sua  mentira sem nenhum embasamento teológico do assunto. Por que ser tão hostil?

Eu reconheço os erros de todas as religiões. Acho que, se um indivíduo não crer em Deus é opção dele. Mas desrespeitar só pelo simples fato de não possuir a delicadeza e a sutileza necessária, para compreender tais mistérios, não pode ser ponte da hostilidade que ele denunciou em seu livro no capítulo 8.

Então prefiro acreditar que por motivos subjetivos do autor, tendo como mestre Charles Darwin que ambos não tiveram a oportunidade de conhecer a Deus. E de repente pela ausência desse encontro e contato, tiveram o desprazer de cair um livrinho de aves nas mãos e a partir daí toda a verdade de vida ser explicada e todos os possíveis mistérios desvendados. Oras, eu posso muito bem assistir a evolução acontecer sem que isso exima a figura divina.

Agora, se um ateu só acredita naquilo que a ciência pode provar. Muito me admira que eles acreditam na não existência de Deus. Se a ciência não é capaz de provar que Deus não existe, como podem defender tal contradição? Pra mim, o fundamentalismo ateísta da Dawkins pode ser considerado ao fundamentalismo de Olavo de Carvalho. Fala, fala e não diz nada, só gosta mesmo de fazer barulho e entupir os bolsos de dinheiro  vendendo os seus livros.


Logo no 1º capítulo, o autor  pretende persuadir os leitores religiosos a abandonarem a ideia da existência de Deus em favor de uma cosmovisão mais sensata. Aparentemente, pretende também consolidar e fortalecer a confiança daqueles que já duvidam do sobrenatural, alistando-os para militarem numa campanha mundial contra a religião.


“Se este livro funcionar do modo como pretendo, os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem.”1 Apesar de estar determinado a converter o leitor, não acho que ele acredite nessa possibilidade, afinal de contas, ele mesmo adverte que “fiéis radicais são imunes a qualquer argumentação”.( Richard DAWKINS, Deus, um delírio, p. 29).

Uma coisa que me chamou a atenção na literatura da Dawkins é a arrogância e a soberba que escorre pela boca. Claro, que esse mecanismo é uma característica de neo-ateus portanto, exprime sim, a sua grande maioria massificada em características comuns entre eles: A arrogância.

É curioso ver como alguns pesquisadores que não entendem nada de filosofia e teologia falam com arrogância sobre esses temas como se fossem especialistas. Esse tipo de ignorância é muito frequente nestes neo-ateus que acreditam ser capazes de discorrer acerca de assuntos avançados de teologia e filosofia simplesmente porque possuem um diploma de física. Uma tolice!

Quando a ciência diz que os seres humanos é subproduto do acaso, para estes "seres humanos" manipulado, tudo é permitido. Afinal, pra quê ter exemplo moral, se não existe nenhum tipo de recompensa pelos meus atos?

Eu não confio nas ideias de Dawkins por duas razões: A primeira que ele se parece com aqueles pastores que ganham a vida pregando de púlpito em púlpito, contra o disco da Xuxa tocado de trás para frente. Esse tipo de gente que adota uma plataforma e sai por aqui dando detalhes da mensagem subliminar que estaria escondida nas letras das músicas. Portanto se a Xuxa parar de gravar discos esses "pastores" ficam sem assuntos. Logo, Dawkins só sabe falar de Deus. Então se Deus realmente não existisse Dawkins não seria ninguém. Ele depende de Deus, existindo ou não. É graças a Deus que ele tem comida na mesa e carro na garagem, senão estaria tocando a vida só vendendo livros acadêmicos e nenhum autor de livro acadêmico fica rico, não é comum livro acadêmico virar Best-Seller, ou ainda, estaria dando aula em universidade o que também não faz de ninguém um ser rico e famoso. Mas, devo admitir: Richard Dawkins é inteligente sacou que, o lance de chamar "Deus de um Delírio" pegou e o desrespeito tornou-se a galinha dos ovos de ouro.

Por isso eu não posso acreditar piedosamente em tudo o que ele diz. Porque ele precisa continuar dizendo coisas que vão proporcionar fama e dinheiro. Se há um interesse pessoal, logo a ideia de Dawkins não é das melhores. Até que ponto ele escreve por convicção? Qual ser humano não quer ser rico e famoso? Oras, se eu descubro que pintar quadros me traz fama e dinheiro porquê eu deveria parar de pintar?

Os livros de Dawkins precisa ser "bombásticos" "apimentados" por que senão as editoras não se interessam! Livro no qual, ele pode escrever o que quiser, por não ter compromisso nenhum com a verdade, desde que sua conta bancária aumente a partir de seus fãs e óbvio, nas custas de falar mal de Deus.

Não tinha visitado o site dele, até ler o livro mas, ao digitar o endereço eletrônico para conhecer melhor suas ideias, quase tive a impressão de estar no site do mercado livre. Não é um site de um cientista é um site de loja virtual com livros, CD, DVD, canecas, sacolas, camisetas, não é um espaço para divulgação científica. Camisetas com frases falando mal de um Deus que ele afirma não existir.
Por essa e outras razões não dá para acreditar no que ele escreve.

Existe muitos cientistas que são ateus. Cientistas anônimos que trabalham em suas pesquisas e pouco se importa se existe ou não um ser divino, estão preocupados com suas descobertas e não com Deus. O compromisso deles é com a ciência e não com Deus. Não é agenda deles. Existem também ateus que não são cientistas e vão tocando suas vidas sem gastar seu tempo tentando provar que elefante azul não voa. Porque sabemos que elefante azul com asas não existem.

Mas, a grande maioria se sentem incomodados, por existir pessoas que pensam diferentes deles.
É como se fosse um crime não comungar de suas verdades ou talvez são inseguros demais...

Um cristão não precisa do ateísmo para expressar sua crença. Porém, o ateísmo só acontece por que a crença existe. Ou seja, o ateísmo precisa da crença para existir, precisa do Deísmo para fazer sentido.
Quando um cristão conta para todo mundo seu encontro com Deus, quando torna-se insistente na escuta alheia, para falar alegremente do Deus que ele encontrou, é muito mais coerente com o espírito científico das descobertas, do que as atitudes de alguns ateus que tentam contar pra todo mundo o Deus que ele não encontrou.

A outra razão pela qual eu não confio nas ideias de Dawkins é pelo seu posicionamento "darwinista"  se ele acredita na evolução, acredita na evolução do seu próprio cérebro, como eu posso estar segura em suas conclusões? Já que ele sugere com o cérebro dele- que está em evolução. Suas conclusões são definitivas?  O mais prudente seria aguardar até que seu cérebro esteja totalmente evoluído para que suas conclusões também sejam um produto de um cérebro evoluído não é de um cérebro que está no meio do caminho, que ainda falta 1 milhão de anos para ficar pronto.

Embora, eu possua outras críticas me apresso em dizer: Vale muito a pena ler o livro. O efeito que Dawkins esperava surtir em seus leitores, pra mim não funcionou mas, independente do autor atingir seu objetivo ou não (se é esse o objetivo) eu sugiro a leitura.