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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Ateu, graças a Deus!
[Sobre Lectio Divina do livro:
Deus um Delírio de Richard Dawkins]


Terminei de ler a bíblia do Dawkins, confesso que é uma literatura  interessante e bem diferente do seu livro de biologia "O Gene Egoísta". O papa dos ateus realmente trouxe-me muitas reflexões acerca da existência do ser humano.

 Em o Gene Egoísta, Richard Dawkins notabilizou-se como um dos mais bem-sucedidos e hábeis divulgadores da ciência, conseguiu tornar a biologia evolucionista acessível e interessante para uma nova geração de leitores. O  livro, Deus um Delírio,  fez de Dawkins o polemista ateu mais famoso do mundo, graças à crítica contundente contra toda forma de religião.

O Dawkins como neo-ateu propaga a necessidade de não crer e fazer com que todos também não creiam. Simplesmente por prazer.
Eu fiz três perguntas durante a leitura. A primeira pergunta foi no início do livro ainda no prefácio "Quem é Richard Dawkins"? Até onde eu sei, só tornou-se popular quando passou a criticar a existência de Deus e assim transformou-se em ídolo dos ateus. Precisamente no capítulo 4, quando ele aborda o tema: Por que quase com certeza Deus não existe, veio a segunda pergunta: "Por que Dawkins odeia tanto a Deus"?
Você pode até não acreditar é um direito seu. Mas a partir do momento que ele passa a alimentar um sentimento, automaticamente ele está dando vida aquilo que é abstrato. Embora o capítulo 4 num todo, mas pareça um livreto de bolso de histórias biológicas e científicas. A ultima pegunta surgiu ao fechar o livro e dizer, fim! A pergunta final, "Richard Dawkins abdicou seu tempo, suas tarefas para escrever esse livro de mais de 500 páginas a troco do quê? Daquilo que ele não acredita? Uau! Como ele é bom! Quem sabe não se torna o salvador e libertador dos seus fãs. Ou ele acha que com essa "bíblia" vai arrastar seguidores e se tornar profeta? Propagar a ignorância intelectual e a sua  mentira sem nenhum embasamento teológico do assunto. Por que ser tão hostil?

Eu reconheço os erros de todas as religiões. Acho que, se um indivíduo não crer em Deus é opção dele. Mas desrespeitar só pelo simples fato de não possuir a delicadeza e a sutileza necessária, para compreender tais mistérios, não pode ser ponte da hostilidade que ele denunciou em seu livro no capítulo 8.

Então prefiro acreditar que por motivos subjetivos do autor, tendo como mestre Charles Darwin que ambos não tiveram a oportunidade de conhecer a Deus. E de repente pela ausência desse encontro e contato, tiveram o desprazer de cair um livrinho de aves nas mãos e a partir daí toda a verdade de vida ser explicada e todos os possíveis mistérios desvendados. Oras, eu posso muito bem assistir a evolução acontecer sem que isso exima a figura divina.

Agora, se um ateu só acredita naquilo que a ciência pode provar. Muito me admira que eles acreditam na não existência de Deus. Se a ciência não é capaz de provar que Deus não existe, como podem defender tal contradição? Pra mim, o fundamentalismo ateísta da Dawkins pode ser considerado ao fundamentalismo de Olavo de Carvalho. Fala, fala e não diz nada, só gosta mesmo de fazer barulho e entupir os bolsos de dinheiro  vendendo os seus livros.


Logo no 1º capítulo, o autor  pretende persuadir os leitores religiosos a abandonarem a ideia da existência de Deus em favor de uma cosmovisão mais sensata. Aparentemente, pretende também consolidar e fortalecer a confiança daqueles que já duvidam do sobrenatural, alistando-os para militarem numa campanha mundial contra a religião.


“Se este livro funcionar do modo como pretendo, os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem.”1 Apesar de estar determinado a converter o leitor, não acho que ele acredite nessa possibilidade, afinal de contas, ele mesmo adverte que “fiéis radicais são imunes a qualquer argumentação”.( Richard DAWKINS, Deus, um delírio, p. 29).

Uma coisa que me chamou a atenção na literatura da Dawkins é a arrogância e a soberba que escorre pela boca. Claro, que esse mecanismo é uma característica de neo-ateus portanto, exprime sim, a sua grande maioria massificada em características comuns entre eles: A arrogância.

É curioso ver como alguns pesquisadores que não entendem nada de filosofia e teologia falam com arrogância sobre esses temas como se fossem especialistas. Esse tipo de ignorância é muito frequente nestes neo-ateus que acreditam ser capazes de discorrer acerca de assuntos avançados de teologia e filosofia simplesmente porque possuem um diploma de física. Uma tolice!

Quando a ciência diz que os seres humanos é subproduto do acaso, para estes "seres humanos" manipulado, tudo é permitido. Afinal, pra quê ter exemplo moral, se não existe nenhum tipo de recompensa pelos meus atos?

Eu não confio nas ideias de Dawkins por duas razões: A primeira que ele se parece com aqueles pastores que ganham a vida pregando de púlpito em púlpito, contra o disco da Xuxa tocado de trás para frente. Esse tipo de gente que adota uma plataforma e sai por aqui dando detalhes da mensagem subliminar que estaria escondida nas letras das músicas. Portanto se a Xuxa parar de gravar discos esses "pastores" ficam sem assuntos. Logo, Dawkins só sabe falar de Deus. Então se Deus realmente não existisse Dawkins não seria ninguém. Ele depende de Deus, existindo ou não. É graças a Deus que ele tem comida na mesa e carro na garagem, senão estaria tocando a vida só vendendo livros acadêmicos e nenhum autor de livro acadêmico fica rico, não é comum livro acadêmico virar Best-Seller, ou ainda, estaria dando aula em universidade o que também não faz de ninguém um ser rico e famoso. Mas, devo admitir: Richard Dawkins é inteligente sacou que, o lance de chamar "Deus de um Delírio" pegou e o desrespeito tornou-se a galinha dos ovos de ouro.

Por isso eu não posso acreditar piedosamente em tudo o que ele diz. Porque ele precisa continuar dizendo coisas que vão proporcionar fama e dinheiro. Se há um interesse pessoal, logo a ideia de Dawkins não é das melhores. Até que ponto ele escreve por convicção? Qual ser humano não quer ser rico e famoso? Oras, se eu descubro que pintar quadros me traz fama e dinheiro porquê eu deveria parar de pintar?

Os livros de Dawkins precisa ser "bombásticos" "apimentados" por que senão as editoras não se interessam! Livro no qual, ele pode escrever o que quiser, por não ter compromisso nenhum com a verdade, desde que sua conta bancária aumente a partir de seus fãs e óbvio, nas custas de falar mal de Deus.

Não tinha visitado o site dele, até ler o livro mas, ao digitar o endereço eletrônico para conhecer melhor suas ideias, quase tive a impressão de estar no site do mercado livre. Não é um site de um cientista é um site de loja virtual com livros, CD, DVD, canecas, sacolas, camisetas, não é um espaço para divulgação científica. Camisetas com frases falando mal de um Deus que ele afirma não existir.
Por essa e outras razões não dá para acreditar no que ele escreve.

Existe muitos cientistas que são ateus. Cientistas anônimos que trabalham em suas pesquisas e pouco se importa se existe ou não um ser divino, estão preocupados com suas descobertas e não com Deus. O compromisso deles é com a ciência e não com Deus. Não é agenda deles. Existem também ateus que não são cientistas e vão tocando suas vidas sem gastar seu tempo tentando provar que elefante azul não voa. Porque sabemos que elefante azul com asas não existem.

Mas, a grande maioria se sentem incomodados, por existir pessoas que pensam diferentes deles.
É como se fosse um crime não comungar de suas verdades ou talvez são inseguros demais...

Um cristão não precisa do ateísmo para expressar sua crença. Porém, o ateísmo só acontece por que a crença existe. Ou seja, o ateísmo precisa da crença para existir, precisa do Deísmo para fazer sentido.
Quando um cristão conta para todo mundo seu encontro com Deus, quando torna-se insistente na escuta alheia, para falar alegremente do Deus que ele encontrou, é muito mais coerente com o espírito científico das descobertas, do que as atitudes de alguns ateus que tentam contar pra todo mundo o Deus que ele não encontrou.

A outra razão pela qual eu não confio nas ideias de Dawkins é pelo seu posicionamento "darwinista"  se ele acredita na evolução, acredita na evolução do seu próprio cérebro, como eu posso estar segura em suas conclusões? Já que ele sugere com o cérebro dele- que está em evolução. Suas conclusões são definitivas?  O mais prudente seria aguardar até que seu cérebro esteja totalmente evoluído para que suas conclusões também sejam um produto de um cérebro evoluído não é de um cérebro que está no meio do caminho, que ainda falta 1 milhão de anos para ficar pronto.

Embora, eu possua outras críticas me apresso em dizer: Vale muito a pena ler o livro. O efeito que Dawkins esperava surtir em seus leitores, pra mim não funcionou mas, independente do autor atingir seu objetivo ou não (se é esse o objetivo) eu sugiro a leitura.

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